O Espelho...
Certa feita, quando ainda cursava a faculdade, num dia de relativa folga, fui até o centro de São Paulo, precisamente, às Lojas Brasileiras para comprar não me lembro o que.
Num certo momento, visualizando um outro lado da loja, quis ir até lá, mas qual não foi o meu espanto, quando uma dona, muito antipática, fechou a cara para mim. Eu tentava passar, indo de um lado para a outro e a fulaninha, nada de me dar passagem.
Estava a ponto de falar-lhe poucas e boas, quando notei que várias vendedoras nos olhavam e riam muito
Será questão achando graça nesta situação, pensei. E achei que era hora de dar um basta, encarando a fulana.
Quando olhei bem nos olhos dela, notei que ela me parecia familiar, até que vexame dos vexames percebi que estivera diante de um espelho. A fulana antipática e de cara fechada era eu mesma.
Não sabia mais para onde olhar e saí da loja correndo. E depois veio a reflexão: a gente se enganar diante de um espelho, não é tão incomum. Mas porque achei-me antipática e carrancuda?
Até que para a cara feia, achei a explicação: fiquei brava com a mulher à minha frente (que era eu mesma); mas porque me achei antipática?
O que vi em mim, que nunca vira antes?
Lembrei-me da minha grande amiga Clarice Jorge, que um dia, confessou-me que me achava muito antipática, mas depois que me conheceu melhor, tornou-se uma grande amiga.
E o cérebro queimava, de tanto esforço de pensar: por que eu me achara antipática e uma sincera amiga também sentiu o mesmo por mim?
Seria eu antipática mesmo? Ou será que não gostava de mim? Nunca gostei de me olhar no espelho e agora, então é pior. Não tenho espelhos grandes e só me olho no espelhinho do banheiro, às vezes!
Pensei, pensei e não conseguia a resposta.
Mas veio-me agora uma ideia: não vou falar mais nada para ver se vcs são capazes de achar a resposta que eu achei. Colaboram comigo?
Um abraço !!!