Nietzsche... na prática...

26/03/2015 13:46

Lendo um “pequeno” grande livro sobre este filósofo alemão, para que não sabe, niilista e ateu, autor da frase: “Deus está morto”, deu-me vontade de pensar um pouco a respeito dele. Somos naturalmente preconceituosos, e só de conhecer esta frase dele, já determinei que não gostava dele e nem me interessaria por ele.

 Mas nas voltas que a vida dá, uma vez, num estudo em grupo, acabamos estudando Nietzsche e para mim foi uma descoberta. Ele tem um pensamento bem complexo, e penetrar nos meandros do seu pensamento não é uma aventura fácil, mas é sim uma rica aventura, que nos transporta para um mundo maravilhoso e quase que totalmente incompreendido. Haja visto esta frase famosa dele, usada por ateus e materialistas, que com certeza não a compreenderam. Para a compreendermos, precisamos entender o seu conceito de Deus e conhecer mais a sua filosofia, o que um blog não comportaria.

Mas para não ficarmos desapontados, trouxe aqui um pensamento dele, encontrado no livro Nietzsche para estressados, do autor Allan Percy . A frase é a seguinte:

O valor que damos ao infortúnio é tão grande que, se dizemos a alguém “Como você é feliz”, em geral somos contestados.

               Será que esta constatação, como diz Nietzsche, é uma marca da nossa civilização?

Isto não é mesmo uma realidade? Se dizemos a uma pessoa que ela é feliz, logo ela acrescenta “é, mas . ..” e vem um desfilar de infelicidades.

 Realmente, reclamamos de tudo: clima, dinheiro, emprego, patrão, cônjuge, filhos, familiares, política, corrupção e por aí vai. E podemos ver, analisando friamente, que quanto mais temos, mais reclamamos. Os pobres e os simples reclamam bem menos, porque contentam-se com o que têm, não ambicionam tantas coisas quanto aqueles que têm mais posses. Um pobre ou simples quer apenas um teto para morar. Já o mais abastado quer uma casa com piscina, sauna, garagens, etc. E isto é com tudo. Nunca nos satisfazemos com o que temos.

E por que isto? Será que não nos preocupamos mais com a nossa vida externa, de “coisas” que nos cercam e que possuímos, do que com a nossa vida íntima, “o que somos, como somos, para onde vamos”?

 Não é este um bom “gancho” para refletirmos? Vamos pensar a respeito?

Um abraço a todos.