Memento homo, quia pulvis es
Quando perdemos um ente querido, sempre somos levados a este tipo de reflexão: “Lembra-te homem, que és pó”.
Bem, começamos mal, porque o termo não é “perdemos”, talvez o mais correto seja dizer: “nos afastamos temporariamente”.
Também isto não expressa a realidade. Melhor dizermos: “quando mudamos de plano ou de casa”.
Enfim, acabo não sabendo como expressar esta realidade tão viva e vibrante que é a morte.
Ela nos colhe inesperadamente, e nos leva a outro plano, onde continuamos a viver, a sentir, a amar, a trabalhar.
Deixamos esta vida material, muitas vezes sem perceber e quando nos damos conta, já estamos em outro plano, o plano espiritual ou a 4ª dimensão como querem alguns.
E os nossos projetos, sonhos, realizações tudo fica para trás, nada levamos daqui, a não ser as nossas conquistas espirituais.
No entanto, vivemos aqui, dando murros para todos os lados, achando-nos imortais, que nada nos pode ser tirado porque é nosso: nossos filhos, nosso cônjuge, nossa casa, nosso carro, nosso dinheiro, nossa vida.
Brigamos por coisas tão fúteis, que nada valem nesta vida; enganamos, traímos, odiamos, invejamos, guardamos mágoas e rancores, atormentando-nos com coisas que, daqui a pouco, não mais dirão respeito a nós.
Como nos temos iludido, achando que esta vida que agora vivemos é eterna e que tudo o que nos cerca é nosso e vive em função de nós.
“Memento homo”, que a nossa vida e tudo o que dela faz parte foi-nos emprestado pelo Pai.
Temos apenas o usufruto destes bens e valores, a posse provisória, mas sem que esperemos, chega a hora de devolvermos tudo ao Pai.
Então veremos que somos pó, apenas, que nada temos ou é nosso.
E o nosso orgulho, o nosso egoísmo, que tantas dores nos trouxeram é tudo o que nos resta, o que fica conosco.
E hora de refletirmos: vale a pena alimentar estes sentimentos negativos?
Vamos fazer uma revisão honesta dos nossos dons e melhorar-nos, enquanto estamos aqui?
Vamos começar hoje, agora, porque amanhã, quem sabe onde estaremos.
Abraços a todos.