E o Espiritismo entrou em minha vida...
Iniciei no Espiritismo bem nova, pois assim que aprendi a ler, já comecei a ler as obras básicas, embora parece absurdo uma criança de oito anos querer ler e gostar de ler Kardec.
Meu pai dizia-se ateu e minha mãe era católica convicta. Quando eu tinha dois anos, um irmão mais velho meu faleceu, com sete anos, de leucemia Esta morte afetou demais a minha mãe: a princípio ela revoltou-se contra Deus e depois mergulhou numa depressão profunda, que ela escondia de todos, para não aborrecer os outros. Sofria em silêncio e só depois fomos saber disso tudo.
Minha avó materna, a vó Anita, como mãe que era, percebeu o sofrimento da filha e levou-a, com muito custo, a uma médium que conhecia em São Paulo.
No primeiro dia em que minha mãe visitou a médium, ela recebeu uma mensagem psicofônica de meu irmão. Minha mãe foi convencida de que aquilo era verdade, porque meu irmão, através da médium, revelara-lhe coisas de que só ela sabia, como por exemplo, que todo o dia, quando punha flores ao lado do seu quadro, ela questionava a Deus e a sua tristeza profunda, na qual não deixava de pensar um minuto nele, fazia com que o espírito do meu irmão não conseguisse desligar-se dela.
Convencida de que seu querido filho continuava vivo, ela transformou-se da noite para o dia. Voltou a cantar (ela tinha uma bela voz), e não via a hora e voltar às reuniões mediúnicas na casa da médium.
Logo depois, minha avó mudou-se, novamente para Mogi, e como minha tia Tita já desenvolvia a mediunidade e a Olinda, também, começaram a fazer as reuniões em casa da minha avó.
Eu tinha apenas oito anos e já assistia às reuniões na casa de minha avó e a Olinda, com quinze anos já se manifestava como médium excepcional que fora.
Minha mãe reencontrou a paz, porque meu irmão se comunicava sempre nestas reuniões e tudo era motivo de alegria. Ele ia escalando novos degraus, visíveis, na espiritualidade, contando-nos as suas experiências, riquíssimas lições para nós.
Muitas vezes fico a refletir, como seria bom ter mais um irmão, mas Deus, na sua sabedoria infinita, achou melhor tirá-lo do nosso convívio, já porque a sua prova era curta. O mais importante disso tudo é que, do sofrimento causado pela sua morte, nossa família conheceu a Doutrina Espírita abençoada, encaminhando-nos para o trabalho espiritual, que só nos rendeu alegria e crescimento.
Agradeço-lhe Pai, pela dádiva do aprendizado, e peço-lhe que abençoe a todos estes queridos que já estão vivendo a verdadeira vida.
Um abraço a todos!