Cumprimento
Há muitos anos, um aluno do Caritas, aplicado, por sinal, perguntou-me por que as pessoas do Centro, as cumprimentavam, abraçavam e na rua nem as viam. Senti o sangue subir-me as faces, de vergonha, e lhe disse que às vezes as pessoas estão preocupadas, apressadas, que nem olham ao seu redor. Mas senti que ele não aceitou a desculpa.
Desde este já longínquo dia, esforcei-me por andar mais atenta na rua e cumprimentar as pessoas conhecidas. Mas parece mentira, hoje fui ao centro da cidade, com pressa e, de repente, em três lugares, fui abraçada por três pessoas que eu não tinha visto, o que, diga-se de passagem, me deixou muito feliz.
Mas só agora, diante da tela do computador, buscando uma inspiração para escrever o post, veio-me a ideia de que andava pela rua, sem ver as pessoas: repeti o erro. E hoje, dei-me conta dele, graças às pessoas amáveis e queridas que me abraçaram, apesar de eu não as ter visto, de que talvez continue cometendo o mesmo erro sem perceber.
E este erro acontece com muita gente. Podemos até achar que é uma coisa sem importância, e talvez seja mesmo. Mas se pudermos ser amáveis, cumprimentar as pessoas com quem cruzamos, sorrirmos mais, deixando para lá as nossas preocupações, por que não agirmos assim?
Há pessoas muito sensíveis, que se acham esquecidas ou desprezadas por nós, quando não lhes notamos a presença e não as cumprimentamos. Então, por que não dar a elas a alegria de um sorriso, o calor de um abraço?
È tão fácil agirmos assim e podemos fazer a diferença no dia de muitas pessoas.
Saiamos, então, do círculo egoísta de nós mesmos, olhemos para fora de nós, as pessoas com quem cruzamos, que encontremos. Um sorriso, um cumprimento, uma gentileza não nos custa nada e faz feliz muita gente.
Vamos pensar nisto? E principalmente agir assim?
Abraço
