Certeza?

18/03/2016 14:52

O uso desta palavra, como seu significado específico, é muito comum no nosso dia a dia. Temos certeza do dia, da hora, do ano, da nossa idade, de nosso nome, e endereço. E esta certeza vai se alastrando pela nossa vida e acabamos vivendo de certezas. Assim, tenho certeza de que fulano não vai com a minha cara, ou me persegue, como tenho certeza de ter visto uma cena, que nunca existiu ou tenho certeza de que agi certo em tal ocasião e o cicrano é que estava errado

Às vezes, a certeza está na nossa mente e não na realidade. A propósito disto compartilho com vocês uma experiência vivida e que muito me ensinou. Há muitos anos atrás morava no centro da cidade e saí de manhã bem cedo, para ir à padaria comprar pão para o café das crianças. Ao atravessar a rua, vinha num carrão branco, um médico muito conhecido nosso, com uma loura esfuziante que não era a sua esposa, numa atitude bem suspeita. Eu fui à padaria, bufando de raiva, criticando acerbamente o médico. Ao voltar, tive que parar para dar passagem a um carrão preto, dirigido (PASMEM) por exatamente aquela pessoa que pensei ter visto antes e que me cumprimentou com um aceno e um sorriso. Arrependida agradeci a Deus por ter-me mostrado a verdade, quase imediatamente, para que eu não ficasse fazendo mau juízo do nosso amigo. E eu tinha certeza, de que o tinha visto no carro branco.

Isto que aconteceu comigo, naturalmente acontece muitas vezes, com outras pessoas. Em Direito há até um axioma que diz: “o testemunho é a prostituta das provas” e é baseado na frequência com que ocorrem estes fatos de engano.

Se é assim, porque até brigarmos muitas vezes, lutando pela nossa certeza? Como sabermos, se a nossa certeza é verdadeira e real? Os antigos tinham certeza de que o sol girava em torno da Terra. Até o início do século XX, os cientistas tinham certeza de que o átomo era a menor partícula da matéria e era indivisível, de que a matéria era sólida. Isto, só apara falarmos de certezas científicas e materiais.

Felizmente, hoje, a ciência materialista começa a ser mais cautelosa e não afirma certeza nenhuma, tudo é relativo.

Mas, e nós? Quais as certezas da nossa vida, pelas quais lutamos com unhas e dentes?  Quais as certezas que defendemos, a ponto de criar inimizades?

Acho que está na hora de sermos mais humildes e reconhecer que nem sempre estamos certos. Afinal, errar faz parte da nossa natureza imperfeita e é errando, que vamos aprender o certo.

Vamos refletir nisto, amigos? Vamos pensar na possibilidade de termos errado, reconhecer o nosso erro, pedir desculpas e nos alinhar com a verdade?

A nossa vida será muito melhor a partir do momento em que deixarmos de lado tantas certezas e buscarmos mais humildade nos nossos espíritos.

 

 Abraço a todos!